Pascal Quignard | Trad. Yolanda Vilela; Ruth Silviano Brandão | Ed. Cháo da Feira | 2018
Pascal Quignard mescla ficção e filosofia para vasculhar a linguagem, a escrita, o pensamento, a leitura e a vida. A obra reúne dois textos do autor. O primeiro, "O nome na ponta da língua", compõe-se de três partes. A mais ficcional não se apaga da memória facilmente: a história inicial de "A palavra na ponta da língua", o lendário caso de Jeûne e Colbrune, como mito, profecia, alegoria, sonho, para pensar a “palavra", o "nome". A leveza da narrativa contrasta com a densidade das reflexões de Quignard. O segundo texto do livro divide-se em duas partes. "O enigma" constitui narrativa dotada de magia mítica de alto teor filosófico e poético em torno da metalinguagem e até da tradução, sem contar as relações com a psicanálise. O tema da tradução continua em “Comentário sobre três versos de Donne". Quignard deixa, no leitor, um gosto de poesia na ponta da língua.
{voz da literatura: n. 2 | junho | 2018}
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