Margites, Boccaccio e As Troianas
- {voz da literatura}
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HOMERO, UM COMEDIÓGRAFO?
A comédia épica Margites é atribuída a Homero. Aristoteles comenta essa obra na Poética. Na análise aristotélica, essa comédia aparece como uma divisora de águas nos rumos que esse gênero teatral tomava na antiguidade grega.
Margites chegou aos nossos tempos de forma incompleta, em fragmentos.
Um estudo detalhado sobre esse tema, promovido pelo professor de literatura grega Tadeu Andrade (UFBA), consta na última edição da revista Aletria (UFMG):

ANDRADE, Tadeu Bruno da Costa. Homero, o cômico: o estilo poético do Margites. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, [S. l.], v. 35, n. 3, p. 26–41, 2025. DOI: 10.35699/2317-2096.2025.57168. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/57168.

Assim como Homero era o melhor poeta em relação às coisas elevadas (pois, como único, compôs não só bem, mas também miméseis dramáticas), do mesmo modo como primeiro mostrou as formas da comédia, pondo em ação não a invectiva, mas o risível. Pois o Margites guarda uma proporção, assim como a Ilíada e a Odisseia em relação às tragédias, assim também aquele em relação às comédias.
Aristóteles
(Sobre a Poética. Trad. Antônio Mattoso, Antônio Q. Campos. Ed. Autêntica, 2018)
AS MULHERES MÍTICAS DE BOCCACCIO

Para além da sua magna opus Decamerão, Giovanni Boccaccio (1313-1375) é um universo que merece ser explorado. Em As mulheres famosas, Boccaccio escreve 106 biografias de personagens da mitologia e da história greco-romana. A tradução inédita no Brasil coube a Adriana Túlio Baggio, uma das finalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico de 2025.
BOCCACCIO, Giovanni. As mulheres famosas. Tradução de Adriana Túlio Baggio. Curitiba, PR: Editora UFPR, 2024. Disponível em: https://www.editora.ufpr.br/letras/mulheres-famosas-as-527/p
AS TROIANAS: DE EURÍPIDES A SARTRE

A lendária guerra de Tróia rendeu muitos motivos literários desde a Antiguidade. O tragediógrafo grego Eurípides dedicou-se em As troianas a enfocar o destino das únicas sobreviventes entre os troianos, que acabaram sendo escravizadas pelos gregos, como a rainha Hécuba e Cassandra. Em 1965, Jean-Paul Sartre se aventurou a reescrever As troianas de Eurípides sob a perspectiva existencialista .
Sidney Barbosa, professor da UnB, oferece aos leitores uma tradução dessa peça de Sartre.

BARBOSA, Sidney. As troianas: Eurípedes e Sartre. 1. ed. Curitiba, PR: Appris, 2024.
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