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Lua na jaula

Ledusha Spinardi | Todavia | 2018


Ledusha Spinardi publica poemas desde 1980. É poeta da geração da chamada poesia marginal no Rio de Janeiro. Alguns de seus poemas foram musicados por Cazuza e Lobão (“Baby Lonest”), Bebel Gilberto (“Só você”), Fernanda Porto (“Eletricidade”) e Francis Hime (“Ouro sobre Azul”). Ficou famoso um de seus poemas estampando em uma camiseta de Cazuza: “Prefiro Toddy ao tédio”. Este verso foi retirado de seu livro de estreia: Risco no disco (1981). Em 2016, a editora LunaPARQUE reeditou esta obra. Sucederam-se outras obras: Finesses & Fissura (1984, Brasiliense), Exercícios de levitação (2002, 7Letras), Notícias da ilha – 31 anos de poesia (2012, 7Letras). Nos anos 1990, Ledusha manteve na Folha de São Paulo uma coluna com o mesmo título de seu primeiro livro. Na esteira dessa produção de quase quatro décadas, Ledusha lança seu Lua na jaula. Há na poesia de Ledusha espaço para o minimalismo, como no poema “Dor”: “só quem não cabe/sabe”. Em outra dimensão, em “zero de conduta”, o leitor encontra um poema metapoético afiado: “flerta comigo certa fúria/ao ver a língua a alisar brocados/tiques burgueses/tatibitates/vagos orvalhos que me ofendem/luta sem volutas/ou consequências graves/deste fluxo de ritmos/conheço músculos e achaques/em minha lírica deslavada/cabem salseiro e porrada”. Há muitas outras dimensões para se descobrir na poética de Lua na jaula. Até mesmo este título pode ser considerado o primeiro poema deste volume de Ledusha Spinardi.


{n. 6 | outubro | 2018}

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