Este é o título do conto da escritora Carina Lessa, que inaugura a Coleção Prosa da revista {voz da literatura}.
"Ninguém que está no Rio vai a Jacarepaguá. Exceto quando temos Rock in Rio ou, mais recentemente, quando tivemos as Olimpíadas. Moro ao lado da Colônia Juliano
Moreira desde o nascimento e é a primeira vez que caminho por ela. As pessoas riem do corpo como quem vai a um boteco se espraiar pela mesa gosmenta ou implorar por um canudo escondido no banheiro. Levo o corpo muito a sério.
- Vou te mandar pra Colônia - bastava.
Parada e rígida nunca deixei de observar de canto de olho
aquela rua feia, meio atrevida, que indicava o caminho. Assim foi
desde a infância.
Pouco se fala sobre as diretrizes modernizadoras do Estado,
na década de 1950, instauradas no Rio de Janeiro para isolar os doentes mentais. (...)"
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