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#10 As línguas da ciência

Atualizado: 14 de mar. de 2022

A língua portuguesa é uma língua internacional da ciência? Que tal conhecer o romancista Cyro Leão, que participa da última edição da revista francesa L'Ampoule? Quer um pensamento breve de Judith Butler sobre o feminismo? Você acompanhou nossa Série Literatura & Educação? O que acha de ler dois poemas de Sônia Marques?

São várias perguntas. E as respostas estão no Folheto nº10 da Voz da Literatura.



Baixe a versão .pdf abaixo.

AS LÍNGUAS DA CIÊNCIA


No final de 2021, o Institute for Scientific Information (ISI) divulgou relatório sobre o quantitativo de artigos científicos escritos em diferentes idiomas, com base em periódico indexados no Web of Science (WoS) e SciELO. Não é surpresa alguma o fato de que o uso do inglês cresce exponencialmente desde 2002, até mesmo como estratégia para a internacionalização e o impacto da produção científica. A língua portuguesa continuou ocupando patamares baixos nesses últimos vinte anos, indicando estagnação nesse quadro. A pesquisa do ISI analisou artigos científicos de diferentes áreas do conhecimento publicados por autores de países da América Latina e Caribe.


CYRO LEÃO EM REVISTA FRANCESA



A revista literária francesa L’Ampoule selecionou, entre mais de 400 textos, dezessete para a sua última edição semestral. E um deles é parte do romance de estreia de Cyro Leão: Rafaela em queda (Ed. Patuá, 2019).

Outra novidade é que o romance ganhará em breve uma tradução para o inglês.

Para conhecer mais sobre a literatura de Cyro Leão e seu romance Rafaela em queda, recomendamos a leitura de entrevista dada pelo autor para o site da Voz da Literatura: https://www.vozdaliteratura.com/post/entrevista-cyro-le%C3%A3o



 

“A crítica feminista tem de explorar as afirmações totalizantes da economia significante masculinista, mas também deve permanecer autocrítica em relação aos gestos totalizantes do feminismo (…).”

Judith Butler.

Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Ed. Civilização Brasileira.


 

SÉRIE LITERATURA E EDUCAÇÃO


Literatura e as políticas educacionais: o que querem e a que(m) servem?, artigo da professora Mariana Passos Ramalhete, é o último texto da Série Literatura & Educação, iniciada em 2021. E está disponível em nosso site.

Essa série de breves artigos é uma parceria entre o Grupo de Pesquisa Literatura e Educação (UFES) - coordenado pela professora Maria Amélia Dalvi - e a revista Voz da Literatura. O projeto realizou o lançamento de 12 textos a respeito de temas ligados à educação literária e à formação de leitores.

Em 2022, daremos sequência a essa iniciativa. Aguardem notícias.


FOLHETIM ::: SONIA MARQUES


Sonia Marques, arquiteta, mestre e doutora em Sociologia, trabalhou como professora e pesquisadora na UFPE, UFBA, UFRN, UFPB. É tradutora pública de francês e poeta. É autora de Onde todo tempo é breve (CEPE Editora, 2017) e Fugas (Ed. Trevo, 2020). E coautora de Transparesser (com Juliana Alves).










LÍNGUA


Quero ouvir-me numa língua

com a qual me desentenda

tornando inda mais longínqua

toda e qualquer cantilena


uma língua sem refrãos

sem una duna catenda


uma língua de perdões

para toda vã contenda


esperanto sem quebranto

a língua que falam santos


Uma língua que me cubra

o mais protetor dos mantos


Uma língua onde não haja

tradução para Olinda



Tornando-me assim

uma outra

saída de dicionários

nunca mais farei um verso


Este será o reverso

de minha nova batalha




TRANSVERSAL DO TEMPO


Breve virá o fim

que já o sinto

o corpo pouco afeito

a este jeito

de amor


E vindo enfim

o fim completo

o fim perfeito

importarão mesmo as lembranças?


Não será a dinâmica da memória

convenientemente cúmplice

adequando-se à história

do indivíduo?


O que hoje alcançam os sentidos

debruçados na janela da cidade

não se restringe ao que lhes pede a idade?


Querer guardar

parece tão inútil

toda atenção para qualquer pedaço

pois breve daqui será desencravado

o que de atual triagem escaparia

e outros terão se tornado

ao abrir as gavetas

os mesmos braços

e o tempo terá destacado

o que hoje é desprezível

e passa à margem

Eis o segredo

como tão pouca coisa há

a ser retida

a ideia do passado

fica fluida

e disto cuida

a vida



 

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